sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dois tostões e uma carcaça

Ela transparece felicidade do esfíncter
Asperge ansiolíticos e tisanas infrutíferas,
Esguichos de calmaria nervosa
Palpitante como a sua lívida fronte
Quadro de uma lepra que persiste
Veneno lânguido que carcome,
O seu útero comunitário
Resseque ao girar de cada ponteiro.
Esgotado o confortável muco
Em incessantes masturbações devoradoras
De toda a sua pérfida alma
Por apenas dois tostões e uma carcaça
Rasga aberta a intimidade
Em prantos amorosos a silhuetas fálicas.
Engole água da fonte da vida
E masca a disforme vergonha em si
Que arrepende em nova aventura.
Viperina vulva, que queres tu de novo?
Sabe-lo bem, sabe-lo bem.
Nem três maços travam o insaciado suor,
Nem três moços acalmam meu calor.
O teu sentir não é mais que loucura
Droga, pura, dura que consumo
Inalo-te indiferente, desdenhoso.
Raiva de mim, da minha imundice,
Maria Madalena em pó de rouge,
Madame de mamas descaídas
Oferto-te a ruína pelo tenebroso recanto,
Depois terás glória no meu paraíso bocal
Desejo que a tua devassa mente se fecunde.
E eis que nasce uma fétida ideia:
FODER!

Pia Casa

Fresca petúnia ostracizada
Em ramagens ossificada
Deambula pelas margens ventriculares
De aterrorizadores mares
Em que perdeu a pútrida meninice.
Responde pelo nome de Judice,
Denominação que a defunta progenitora lhe dera
Naquela fatídica Primavera
Em que o pólen lhe mordia a meninge
Hoje, um esboço de um sorriso finge.

Pobre vaca, faltam-lhe dentes!